O modernismo no Rio Grande do Norte teve um caráter próprio. Influenciado pelas vanguardas do sudeste, mas profundamente ligado à identidade local, o movimento ganhou força com escritores como Jorge Fernandes e poetas da revista Bando . A modernidade potiguar surgiu do desejo de dialogar com o mundo sem romper com as raízes nordestinas — uma ponte entre a Ribeira e a Semana de Arte Moderna.

Nos últimos anos, editoras como Sebo Vermelho, Tribo e Caravela têm garantido espaço para autores locais publicarem suas obras. Essas editoras independentes atuam como verdadeiras incubadoras da literatura potiguar, revelando novos talentos e mantendo vivas as tradições editoriais do estado.

O Seridó é mais do que cenário: é personagem. Sua geografia de pedra e sertão inspirou romances, contos e poesias que traduzem a resistência do povo potiguar. Autores como Oswaldo Lamartine e Eulálio Motta retrataram a seca, o vaqueiro e o cotidiano sertanejo com lirismo e realismo. Essa paisagem árida e ao mesmo tempo poética continua sendo fonte inesgotável de inspiração para a literatura do RN.

A música popular do RN frequentemente dialoga com a poesia. Canções inspiradas em versos de poetas locais reforçam o elo entre letra e melodia, tradição e modernidade. Artistas como Tico da Costa, Pedrinho Mendes e Khrystal incorporaram referências literárias em suas obras, mostrando que a arte potiguar é feita de cruzamentos e inspirações múltiplas.

Muito antes da colonização, o território potiguar já era habitado por povos indígenas como os potiguaras e os tapuias. Sua influência permanece viva em nomes de cidades, costumes, vocabulário e tradições locais. Reconhecer e valorizar essa herança é fundamental para compreender a formação cultural do estado.

De Natal ao Seridó, diversas bibliotecas comunitárias têm transformado o acesso à leitura no estado. Projetos como a Biblioteca da Cidade de Natal e o Leia Mulher têm levado livros e atividades culturais para comunidades antes esquecidas. Essas iniciativas são o coração da democratização do conhecimento no Rio Grande do Norte.

O mar é um dos elementos mais presentes na produção literária do Rio Grande do Norte. Poetas como Zila Mamede, Newton Navarro e Dorian Gray Caldas transformaram o Atlântico em metáfora de memória, travessia e identidade. A presença do mar na literatura potiguar é símbolo da relação do povo norte-rio-grandense com sua geografia e sua história.

Dorian Gray Caldas foi pintor, poeta e ensaísta, reconhecido nacionalmente por sua contribuição às artes plásticas e à literatura potiguar. Em livros como Canto do Mar  e Alto do Marão , uniu o olhar do artista ao lirismo do poeta, retratando o homem nordestino em sua luta e beleza. Sua pintura colorida e simbólica dialogava com o mesmo universo que sua poesia evocava.

Fundado em 1902, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte é um dos mais antigos do Nordeste. Sua missão é preservar a memória política, literária e social do estado, com um acervo riquíssimo de documentos, manuscritos e publicações. O IHGRN é ponto de encontro de pesquisadores, escritores e historiadores que buscam compreender a trajetória do povo potiguar.

Jorge Fernandes foi um dos primeiros poetas modernistas do Rio Grande do Norte, publicando o livro Livro de Poemas  em 1927, antes mesmo da consolidação do modernismo em muitos estados brasileiros. Sua poesia livre, urbana e irreverente rompeu com o formalismo da época e influenciou gerações posteriores. Hoje, é lembrado como o pioneiro da vanguarda literária potiguar.

Criada em 1962, a Fundação José Augusto (FJA) é o principal órgão de fomento à cultura no estado. Responsável por manter teatros, museus, bibliotecas e festivais, a FJA é referência na preservação do patrimônio artístico e histórico potiguar. Graças à instituição, eventos como o Agosto da Alegria e o Encontro de Escritores Potiguares se consolidaram como parte essencial do calendário cultural do RN.

Sanderson Negreiros é um dos nomes mais importantes da prosa potiguar. Em obras como O Lugar e a Palavra , o autor reflete sobre identidade, linguagem e a condição humana a partir do olhar nordestino. Sua escrita combina introspecção e lirismo, dialogando com as grandes correntes literárias brasileiras, sem perder o sotaque potiguar.

O teatro no Rio Grande do Norte é uma expressão viva da resistência artística. Desde o Teatro Alberto Maranhão, inaugurado em 1904, até os grupos contemporâneos de Natal, a dramaturgia potiguar tem sido palco de criatividade e crítica social. Companhias como Clowns de Shakespeare e Casa da Ribeira renovaram a linguagem cênica local, unindo tradição e experimentação. O teatro potiguar é, ao mesmo tempo, entretenimento, denúncia e espelho da realidade do povo nordestino.

O cordel é uma das formas mais autênticas de expressão literária popular do Nordeste. No Rio Grande do Norte, cordelistas como Antônio Francisco, Crispiniano Neto e Manoel Monteiro mantêm viva a tradição de narrar o povo em versos. Com humor, crítica e sabedoria, o cordel potiguar atravessa gerações e hoje ocupa também o espaço digital, em blogs e redes sociais.

O movimento modernista também ecoou no Rio Grande do Norte, trazendo novas formas de expressão literária. Autores como Jorge Fernandes e Newton Navarro romperam com o formalismo e aproximaram a poesia da linguagem popular e do cotidiano urbano. Esse período marcou a modernização da literatura potiguar, integrando o estado ao cenário literário nacional.

A pesquisa de Câmara Cascudo sobre o folclore nordestino foi decisiva para consolidar a imagem do RN como berço de tradições únicas. De lendas como o “Negrinho do Pastoreio” às festas populares, suas obras registraram costumes ameaçados pelo esquecimento. Cascudo entendia que preservar o folclore era preservar o povo.

Desde sua fundação, em 1936, a Academia Norte-Riograndense de Letras é um dos pilares da vida literária do RN. Inspirada no modelo da Academia Brasileira de Letras, a instituição reúne escritores, jornalistas e intelectuais que trabalham pela preservação da memória cultural potiguar. O prédio histórico da Academia, em Natal, abriga acervo de livros raros, manuscritos e registros das principais figuras da literatura local.

Bibliotecária e poeta, Zila Mamede marcou a literatura potiguar com sua escrita sensível e profunda. Autora de Rosa de Pedra  e Salinas , explorou temas como o tempo, o amor e o mar — sempre com uma linguagem refinada e simbólica. Como bibliotecária da UFRN, Zila foi pioneira na organização de acervos e na valorização da leitura. Seu legado permanece vivo na Biblioteca Central da universidade, que leva seu nome.

Natalense, Newton Navarro foi uma das figuras mais multifacetadas da cultura potiguar. Poeta, cronista, dramaturgo e artista plástico, uniu literatura e artes visuais de forma magistral. Sua obra reflete o cotidiano litorâneo, o imaginário nordestino e as paisagens da Ribeira e da Redinha. Como jornalista, trabalhou em jornais locais e foi um dos criadores da revista Cultura . O Teatro Newton Navarro, às margens da Ponte de Todos, é hoje símbolo de sua contribuição à arte pot

Fundado em 1889, A República  foi um dos jornais mais importantes do Rio Grande do Norte, desempenhando papel crucial na formação da opinião pública e na difusão cultural do estado. Com um estilo combativo e uma linha editorial pautada na defesa do progresso e da modernização, o jornal serviu de espaço para poetas, cronistas e políticos potiguares expressarem suas ideias. Sua trajetória revela a importância da imprensa como agente de transformação cultural e política no Norde